Realizado em Porto Alegre, evento contou a participação de representantes de sete estados.
Representantes das AGECEFs do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal se reuniram no Encontro Regional Sul e Centro-Oeste, neste sábado (19 de agosto), no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre/RS.
Além de abordar temas fundamentais para os trabalhadores da Caixa, como a FUNCEF e o Saúde Caixa, os participantes debateram as propostas encaminhadas pelos associados das AGECEFs das duas regiões. Ao todo, 62 propostas foram analisadas em plenária. Destas, 47 foram aprovadas. As propostas apresentadas trouxeram sugestões de melhorias no Saúde Caixa, nos processos de gestão de pessoas, produtos, canais e processos, entre outras áreas.
Agora, as propostas serão compiladas em um único documento que será apreciado no 70º Encontro Nacional das Associações dos Gestores da Caixa Econômica Federal (ENAGECEF), que acontece em outubro, em São Paulo. As propostas aprovadas no Encontro Nacional serão encaminhadas à direção da Caixa, como pauta de reivindicações dos gestores do banco. “Essas propostas são fundamentais para atender nossos anseios e para facilitar nosso dia a dia de trabalho”, reforça a presidente da AGECEF/RS, Fernando Rodrigo de Almeida.
O evento foi transmitido ao vivo pelo YouTube da AGECEF/RS, anfitriã do encontro: https://youtube.com/live/d2BIIteuQ-g?feature=share .
Participantes ressaltaram a importância da união para reconstruir o País e da gestão humanizada para que se possa avançar.
O presidente da AGECEF/RS abriu o evento destacando como positiva a renovação das gestões, que “faz crescer o movimento”. Ele disse ainda que o País vive um momento em que se faz necessária, mais do que nunca, a união, para que se possa avançar.
A representante da FETRAFI/RS, Sabrina Muniz, ao falar sobre os números alarmantes de empregados da Caixa que estão se afastando do trabalho por doenças psíquicas (75% do total de afastamentos), fez um apelo aos gestores: “Cuidem da lojinha, mas cuidem também das pessoas. Façam um exercício diário de autorreflexão e tentem perceber se não estão reproduzindo o modelo antigo de gestão que não é mais aceito”, ressaltou.
Nesse sentido, Valdeci Ferreira, diretor de Relações Trabalhistas da FENAG, disse que as lideranças dentro da Caixa estão buscando incessantemente praticar a chamada gestão humanizada (a camiseta do evento continha a frase “humanizar para evoluir”). Ele disse ainda que a entidade abraçou o lema do governo federal de união para reconstruir o Brasil e desde então vem trabalhando nesse sentido.
O presidente da AudiCaixa, Marcelo Silveira, agradeceu aos organizadores do evento pela oportunidade dada às várias entidades para que participassem de um debate que envolve a todos. “Nós, auditores, no papel de auxiliar a administração, estamos sempre tentando enxergar o que pode ser melhorado. E vocês, gestores, têm uma atuação cada vez mais relevante para a melhoria da Caixa. Portanto, estejamos todos juntos para construir uma Caixa que nos respeite e que nos dê boas condições de trabalho”, disse.
FUNCEF
Após as falas dos integrantes da mesa, o presidente da FUNCEF, Ricardo Pontes, fez uma explanação detalhada da situação atual da Fundação. Ao apontar os principais desafios da entidade para o próximo período, ele destacou a necessidade de se fazer um mutirão nos locais de trabalho para explicar a importância de ter uma previdência complementar, o que ele chama de “educação previdenciária”. Veja aqui a apresentação sobre a FUNCEF.
Isso porque ainda há quase 3 mil empregados e empregadas da Caixa que estão fora da FUNCEF e 55% que contribuem com menos de 12%. Segundo Pontes, para garantir uma boa aposentadoria o ideal é que se contribua com mais de 12%. “Com 12% de contribuição por 35 anos, o benefício será de 45% do salário da ativa, aproximadamente. Então, quem ganha R$ 10 mil, irá receber R$ 4.500”, contabiliza. Vale ressaltar, que na FUNCEF, para cada real poupado pelo empregado, a Caixa deposita outro, o que é algo muito vantajoso, na opinião do presidente da FUNCEF, em comparação com outros fundos de pensão.
Pontes informou que a FUNCEF, que conta com 139.510 participantes no total, tem conseguido bater a meta atuarial nos últimos 4 anos, mas é preciso cobrir o déficit. Para isso, além de trazer mais contribuintes para dentro do sistema, é preciso fazer um estudo aprofundado sobre os investimentos, não se limitando a títulos públicos, que segundo ele devem reduzir a partir do segundo semestre de 2024, com a queda da taxa de juros, mas apostando também em renda fixa e variável. “Temos que tomar decisões hoje para resolver problemas do passado, mas já pensando no futuro, em como vamos garantir o pagamento dos benefícios daqui a 20 anos, até porque a expectativa de vida vai seguir aumentando”, observou.
A incorporação do REB (plano dos empregados da Caixa de 1998 até 2006) ao Novo Plano também está entre as metas da nova direção da FUNCEF, tema retomado depois de 6 anos, segundo o diretor da entidade. “Agora estamos alinhados para resolver. Atualmente, a proposta encontra-se em apreciação nas instâncias decisórias da FUNCEF. Essa demanda atende ao anseio de aproximadamente 7 mil pessoas”, informou.
Outras ações apresentadas pelo presidente da FUNCEF são a venda de imóveis que atualmente têm uma manutenção muito alta e não geram lucro; a resolução de pendências jurídicas através de acordos; e o aperfeiçoamento dos sistemas e dos canais de atendimento.
Saúde Caixa
A conselheira dos Usuários do Saúde Caixa, Leila Aparecida Costa, realizou uma breve apresentação sobre o plano de saúde, trazendo um histórico, dados e o formato de custeio do plano. Um ponto que tem sido cobrado pelos representantes dos empregados junto ao banco é a extinção da limitação de 6,5% da folha de pagamentos e proventos para o custeio do plano. A conselheira entende que a exclusão do teto é fundamental para manter a viabilidade do plano. Atualmente, a Caixa é responsável pelo pagamento de 70% das despesas ou 6,5% do valor apurado na hora de pagamento, o que for menor.
Leila Costa reforçou também a necessidade de aprofundar o debate sobre prevenção de doenças e promoção da saúde – ações que reduziriam os custos do plano. “Essas ações irão refletir na melhoria da saúde ocupacional e da qualidade de vida dos empregados da ativa, aposentados e seus dependentes. Além disso, a prevenção médica ajuda na redução dos custos, pois o plano deixará de tratar doenças e passará a tratar as pessoas”, destaca.
De acordo com dados de 2022, o plano de saúde possui 288.752 beneficiários. A faixa etária com maior número de beneficiários é 59 anos ou mais, representando mais 25%. A maioria dos beneficiários é composta por titulares e cônjuges, que somados correspondem a 72,16% da carteira. A região sudeste concentra o maior número de beneficiários (43,71%). No sul tem 17,13% e no Centro Oeste 15,86.
Entidades parceiras participaram do Encontro
A mesa de abertura do evento foi composta por Fernando Rodrigo de Almeida, presidente da AGECEF/RS; Valdeci Ribeiro da Silva, diretor de Relações Trabalhistas da FENAG; Adonis Santos da Silva, vice-presidente Regional da FENAG para a Região Sul; Paulo Silas, diretor Executivo da FENAG; Renato Scalabrin, superintendente Regional de Rede da Caixa em Porto Alegre; Jair Ferreira, diretor de Benefícios da FUNCEF; Marcos Todt, presidente da APCEF/RS; Maria do Carmo dos Santos de Freitas, vice-presidente da AGEA; Tiago Pedroso, representante do SindBancários; Sabrina Muniz, representante da FETRAFI/RS; Ivan Theisen, presidente da ANIPA; Michele Venzo, presidente da ANACEF; Marcelo Silveira, presidente da AudiCaixa; e Ricardo Pontes, presidente da FUNCEF.